Homenagem àquela que viveu adorando a Deus: um pequeno poema de Carlos Drummond de Andrade

Meninas, meu sumiço desde a semana passada tem um motivo justo e nada alegre: quarta-feira passada Deus chamou para si a esposa do meu pai, Fátima Aparecida de Melo!!! Não tem sido fácil, estive com meu pai até domingo passado, tentando dar uma força para ele e para a família, o filho Julio, a esposa Gabriele, que foi muito presente e amiga o tempo todo, por sinal (peguei as fotinhos do seu face tá..rsrs)...

Que Deus a tenha pois ela foi uma serva de Deus, me ensinou muito sobre a devoção a Cristo e sentirei muito a sua falta.

Quero fazer-lhe uma pequena homenagem aqui neste humilde blog com um poema que eu AMO e que acho que é a cara dela:




Casa Arrumada
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
 
Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia. Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.
"A VIDA é uma pedra de amolar; desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos."
(George Bernard Shaw) 1856-1950
Carlos Drumond de Andrade


Bjos, com saudades dela..

2 comentários:

  1. Grato querida filha! Nossa amada se foi em matéria,mas sua imagem,suas atitudes e sua paixão pelos amigos e familiares,permanece dentro de nós e jamais será apagada.Que bom que pudemos fazer parte da vida dela,exemplo para nós de força,dedicação,amor à vida e à Jesus.
    Com certeza,onde ela se encontra,está havendo uma festa. Beijos e bençãos,do seu pai.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah meu querido pai, que lindo te ver por aqui.., fiquei honrada com sua visita ao meu blog..., senti vontade de fazer uma homenagem a ela, acho que ela merecia, na verdade, uma homenagem bem alegre e esse poema do Carlos Drumond se encaixou perfeitamente, pois é um poema que amo muito e retrata muito bem as pessoas que gostam de receber os amigos, familiares, etc, tem a casa sempre limpa, arrumada e mimosa, mas sem ser neurótica, é uma casa aconchegante, amistosa, e ela sabia retratar isso muito bem, achei a cara dela..... Que bom que pude aproveitar mesmo que seja um pouquinho só dessa "casa aconchegante" que foi o coração dela...., Agradeço a Deus todos os dias por essa oportunidade, poderia ter aproveitado mais, mas valeu, valeu porque deu tempo!!!! Um beijo carinhoso no coração!!! Te amo!!!

      Excluir

Comenta vai, só unzinho.....rsrs :-)
Obrigada!!!!